Hábitos de dieta de nossa família

Vanita Sridharan
Yoga Rahasya
Vol 26 No 3: 2019

Meus pais tinham uma comida simples tradicional Tamil. O almoço era arroz, rasam ou **dal quer era mais grosso que o rasam , um curry, coalhada aonde guruji adicionava mel e picles. Mais tarde quando começamos a ir para a escola minha mãe fazia “**phulkas**”, um tipo de chapatti **diariamente. Tínhamos alguns vegetais locais mas era sempre comida vegetariana. Algumas noites tínhamos pongal** que é moong dal khichdi sem chili- somente sal pimenta e jeera.**

Comíamos o que tínhamos em casa. No caso de não gostarmos de determinado alimento o meu pai dizia que tudo era bom para a saúde. Hoje você não gosta, mas experimente, e passará a gostar. Dessa forma ele fez com que comêssemos tudo que era cozinhado em casa. Nada de especial era feito para algum de nós. Comíamos todos a mesma coisa. Por exemplo eu não gostava de **kadhi **ou qualquer prato onde a coalhada era cozinhada mas meus pais e irmãs e irmãos gostavam. Meu pai dizia:”esse é um tipo diferente e é bom para você e você deve comer de tudo”. Assim eu também comia.

Savita costumava ir para aulas especiais onde ela via pratos diferentes como poha e outros pratos de Maharashtra. Então ela dizia que gostava do cheiro dessas comidas e começamos também a incluir as mesmas.
Estávamos sempre felizes com o que havia.

Nunca saíamos para comer. De fato haviam poucos hotéis em Pune e somente uma vez no ano saíamos para ir ao hotel Jeevan pra comer um “thali” completo e depois íamos ao Cantonment Café para idli, dosa ou uma comida leve.

Guruji nunca comia no café da manhã. Ele tomava apenas café antes de sua prática. Ele informava a minha mãe antes se a prática seria intensa pra ela preparar um prato doce como sheera ou kheer. Algumas vezes ela fazia thengai de côco que é o côco e arroz moídos juntos. Ele costuma comer apenas esse prato para o dia. Mesmo quando foi fotografar para o livro “A Luz do Yoga”ele comia esse tipo de alimento. Ele não tinha o hábito de comer entre as refeições. Somente café a noite.

Até nós crianças tínhamos apenas o que nos era servido. Sabíamos que o quer que os nossos pais ofereciam era coisa boa. Algumas vezes ele dizia que estávamos sofrendo disso – não coma essa comida e a gente seguia o que era dito. Não tínhamos picles diariamente apenas a coalhada e o arroz.

  • As viagens de Guruji e suas habilidades culinárias.

Quando ele foi para o exterior pela primeira vez seus amigos disseram que ele não iria conseguir comida indiana e que não poderia levar os itens com ele. Ele sabia cozinhar mas lá ele costumava comer frutas, frutas secas, leite, café e pão com manteiga. Era isso. Não havia hotel e comida indiana e ele voltava para casa bem magro. Foi assim por muitos anos.

Seus alunos costumavam levar ele para festas onde bebiam álcool ou comida não vegetariana. Menuhin dizia para ele apenas segurar a taça e que não precisava beber. Então algumas vezes ele devolvia ao garçon ou vertia em algum pote. Ele nunca comia comida não vegetariana.

Não tínhamos ideia da vida nesses países. No retorno ele nos contava como as pessoas viviam, sobre as suas casas e seus alimentos. Então alguns estudantes faziam comida vegetariana pra ele e quando ele gostava ele aprendia e refazíamos na nossa casa. Ele era como um controle de qualidade e dizia o que estava errado e como era a comida então no ocidente.

Alguns alunos perguntavam sobre a comida indiana e ele ensinava a cozinhar o arroz no côco, a fazer coalhada de arroz pois eram receitas fáceis. Ensinou-os a fazer puri. Ele vertia a farinha e mostrava como fazer. A gente não sabia que ele sabia fazer esses pratos. Quando ele regressava, falava o que havia ensinado aos estudantes e perguntávamos o porquê dele não nos ensinar e ele dizia: “Amma está aí para ensinar vocês”. Então a gente insistia que se ele ensinava eles ele deveria nos ensinar também. Então ele nos mostrava como fazer com a farinha.